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fa270:terraplanismo

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fa270:terraplanismo [06/11/2020 01:17] – [Pseudociência e Pós-Verdade] Andre Luiz Bandeli Juniorfa270:terraplanismo [22/09/2022 17:33] (atual) – edição externa 127.0.0.1
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 Nestes últimos tempos tem se notado um extensivo crescimento de discussões acerca dos chamados “movimentos anti-intelectuais”. Assim, não tem sido estranho presenciar o surgimento e avanço de discussões defendendo o terraplanismo. Para tanto, a internet tem facilitado essas transmissões de ideias sobre a concepção de que a Terra na verdade seria plana e que a ciência não estaria cumprindo seu propósito original pela busca do conhecimento e da verdade, sendo corrompida por ideologias políticas e econômicas, movida pelos interesses das grandes potências mundiais, a fim de controlar todos os setores e inclusive a sociedade. Na realidade, esta concepção está associada com outras ideias em conflito com o conhecimento científico atual, causando o que chamamos de crise na academia e avanço das pseudociências, proporcionadas pelo exacerbado negacionismo científico. Aplicando assim, o conceito de pós-verdade a vertente, em que se assume as circunstâncias dos fatos tratados como menos influentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais, de modo a buscar uma valorização do descobrimento pessoal.  Nestes últimos tempos tem se notado um extensivo crescimento de discussões acerca dos chamados “movimentos anti-intelectuais”. Assim, não tem sido estranho presenciar o surgimento e avanço de discussões defendendo o terraplanismo. Para tanto, a internet tem facilitado essas transmissões de ideias sobre a concepção de que a Terra na verdade seria plana e que a ciência não estaria cumprindo seu propósito original pela busca do conhecimento e da verdade, sendo corrompida por ideologias políticas e econômicas, movida pelos interesses das grandes potências mundiais, a fim de controlar todos os setores e inclusive a sociedade. Na realidade, esta concepção está associada com outras ideias em conflito com o conhecimento científico atual, causando o que chamamos de crise na academia e avanço das pseudociências, proporcionadas pelo exacerbado negacionismo científico. Aplicando assim, o conceito de pós-verdade a vertente, em que se assume as circunstâncias dos fatos tratados como menos influentes na formação da opinião pública do que emoções e crenças pessoais, de modo a buscar uma valorização do descobrimento pessoal. 
  
-Este crescimento de movimentos anticientíficos é potencializado no período atual - da globalização - através da instantaneidade de informações globais (SANTOS, 2006) e se difundem não mais apenas localmente e, de certo modo, demorado, mas sim, agora, de maneira global e muito mais rápida, disputando consensos  na sociedade que, muitas vezes, são para usos políticos, tornando-se uma ferramenta para a manutenção do poder hegemônico. +Este crescimento de movimentos anticientíficos torna-se um produto direto do período atual - da globalização - que, através da instantaneidade de informações globais (SANTOS, 2006) difundem-se não mais apenas localmente e, de certo modo, demorado, mas sim, agora, de maneira global e muito mais rápida, disputando consensos  na sociedade que, muitas vezes, são para usos políticos, tornando-se uma ferramenta para a manutenção do poder hegemônico. 
  
-É importante ressaltarmos, também, que a pseudociência não difere-se da ciência apenas pelo fazer acadêmico, mas, também, como destaca LIMA (2010): “Uma verdadeira ciência deve estar sempre aberta a novas investigações e debates, enquanto que as pseudociências tendem a afirmações marcadas por certezas ou dogmas. Ainda, as teorias genuinamente científicas são aproximações da verdade, e jamais  “a” verdade. Não existem certezas absolutas na ciência, mas discussão sistemática e pluralista sobre problemas reais ou abstratos”+É importante ressaltarmos, também, que a pseudociência não difere-se da ciência apenas pelo não fazer acadêmico, mas, também, como destaca LIMA (2010): “Uma verdadeira ciência deve estar sempre aberta a novas investigações e debates, enquanto que as pseudociências tendem a afirmações marcadas por certezas ou dogmas. Ainda, as teorias genuinamente científicas são aproximações da verdade, e jamais  “a verdade". Não existem certezas absolutas na ciência, mas discussão sistemática e pluralista sobre problemas reais ou abstratos”
  
 ===== Refutação científica ===== ===== Refutação científica =====
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  Como notado G, M e m são constantes e  a distância entre centros de massas é a única que pode sofrer alterações. Porém quando consideramos que a terra tem um formato esférico, todos os pontos da superfície tem a mesma distância para o centro. Essa distância é conhecida como raio R, logo como G, M, m e D dos pontos A, B e C são idênticos  então podemos provar que os 3 pontos são equipotenciais concluindo que a curvatura da terra não tem relação direta com o curso do rios, os mesmos são influenciados principalmente pelo relevo de sua localização.  Como notado G, M e m são constantes e  a distância entre centros de massas é a única que pode sofrer alterações. Porém quando consideramos que a terra tem um formato esférico, todos os pontos da superfície tem a mesma distância para o centro. Essa distância é conhecida como raio R, logo como G, M, m e D dos pontos A, B e C são idênticos  então podemos provar que os 3 pontos são equipotenciais concluindo que a curvatura da terra não tem relação direta com o curso do rios, os mesmos são influenciados principalmente pelo relevo de sua localização.
  
 +Segundo os terraplanistas, se a Terra fosse uma esfera, então, os rios e lagos deveriam ter uma curvatura e não estarem nivelados, porém, estão nivelados em relação a uma superfície esférica com raio de curvatura de 6,4 mil quilômetros e não em relação a uma superfície plana. Para pequenas distâncias, a curvatura da Terra e, por extensão, da superfície das águas, pode ser desprezada, mas conforme aumentam as dimensões ela se torna evidente. Trazendo isso para a realidade podemos utilizar o exemplo, notado pelos gregos em 500 a.C., de um navio no oceano, onde à medida que este se afasta, do ponto de observação, vai sendo “engolido” pela linha do horizonte, desaparecendo primeiro seu casco, depois o mastro e a vela até perdê-lo de vista comprovando a existência de uma curvatura. Se a terra fosse rigorosamente plana, os efeitos citados não aconteceriam, pois o navio ficaria menor à medida que se afastasse, mas nunca desapareceria. Semelhante a isso no modelo do Terraplanismo, o sol está orbitando sempre acima da face do planeta e isso entra contradição com o fato de diariamente vermos o sol cruzando a linha do horizonte ao nascer e ao se por, se a Terra fosse plana, ele não desapareceria. 
  
 Além dos argumentos de refutação utilizados acima, é possível rebater diversas vertentes e teorias relacionadas ao terraplanismo por meio do processo de formação das estações do ano. Esse fenômeno é uma consequência direta da inclinação da terra em relação ao seu próprio eixo e o movimento de translação na rota elíptica ao redor do Sol. Em uma determinada época do ano a incidência dos raios solares é maior no hemisfério sul em comparação ao hemisfério norte. Porém após seis meses, ou seja, metade do movimento de translação, a situação se inverte e temos uma incidência inferior de raios solares no hemisfério sul em relação ao hemisfério norte, desse modo obtemos diferentes estações do ano para as diferentes posições da Terra em relação ao Sol. Todavia, segundo o modelo dos terraplanistas, essa inclinação não existiria e o sol iluminaria o planeta por igual. Porém, caso o Sol realmente iluminasse a Terra toda de maneira uniforme, não haveriam estações do ano pois a incidência solar seria igual em ambos os hemisférios. Além disso, não existiria um fuso horário entre regiões de diferentes longitudes, desse modo o nascer e o pôr do sol aconteceriam exatamente no mesmo horário em lugares extremamente distantes, como por exemplo Brasil e Japão. Além dos argumentos de refutação utilizados acima, é possível rebater diversas vertentes e teorias relacionadas ao terraplanismo por meio do processo de formação das estações do ano. Esse fenômeno é uma consequência direta da inclinação da terra em relação ao seu próprio eixo e o movimento de translação na rota elíptica ao redor do Sol. Em uma determinada época do ano a incidência dos raios solares é maior no hemisfério sul em comparação ao hemisfério norte. Porém após seis meses, ou seja, metade do movimento de translação, a situação se inverte e temos uma incidência inferior de raios solares no hemisfério sul em relação ao hemisfério norte, desse modo obtemos diferentes estações do ano para as diferentes posições da Terra em relação ao Sol. Todavia, segundo o modelo dos terraplanistas, essa inclinação não existiria e o sol iluminaria o planeta por igual. Porém, caso o Sol realmente iluminasse a Terra toda de maneira uniforme, não haveriam estações do ano pois a incidência solar seria igual em ambos os hemisférios. Além disso, não existiria um fuso horário entre regiões de diferentes longitudes, desse modo o nascer e o pôr do sol aconteceriam exatamente no mesmo horário em lugares extremamente distantes, como por exemplo Brasil e Japão.
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 [39] LIMA, Raymundo de. Ciência, pseudociência e o fascínio popular. Revista Espaço Acadêmico, 2010.  [39] LIMA, Raymundo de. Ciência, pseudociência e o fascínio popular. Revista Espaço Acadêmico, 2010. 
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 +[40]https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/09/7-fatos-cientificos-que-provam-que-terra-nao-e-plana.html
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 +[41]https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-50823002
  
  
fa270/terraplanismo.1604625434.txt.gz · Última modificação: 22/09/2022 17:33 (edição externa)